quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Meus oito anos

"Meus oito anos", poema de autoria de Casimiro de Abreu, reflete bem a saudosa infância que os anos não me trazem mais. Acredito não haver coisa melhor na vida do que uma infância bem vivida. Brincadeiras de rua, empinar pipa, futebol com amigos, desenhos animados, brigas tolas, enfim, tudo é tão puro e bom que enquanto vivemos não podemos mensurar o quanto isso é importante em nossa vida. Quando criança idealizamos como seríamos aos 20 anos; já aos vinte temos imensa saudade dos tempos idos. Como já tenho uma filhinha (Clarice) de 8 meses, tentarei proporcionar a ela uma infância ainda melhor que a minha. Em breve, mais memórias...

Meus oito anos
Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

4 comentários:

Francine Esqueda disse...

Oi querido!?
Que prazer receber sua visita! Otimo post! Assim dá gosto de ler... Agradeço as palavras simpáticas. Saiba que as minhas "páginas" estarão sempre abertas para você!
Seja bem vindo de volta!!
Continue nesse pique! rs...
Abraços

Anônimo disse...

OI AMIGOOO, OBRIGADA PELO CARINHO DE SEMPRE.
GANHEI UM CONCURSO EM SÃO PAULO, COM A ÚLTIMA MÚSICA DO MEU CD.
ESTAREI INDO PRA LÁ NO COMEÇO DO ANO, AINDA NÃO SEI A DATA CERTA.
E ESTOU ORGANIZANDO O MEU SEGUNDO CD, QUE VEM AÍ SHOW DE BOLA.
AGUARDEM!!!
BEIJO NO CORAÇÃO.
PAZ,

JU MOTA

Anônimo disse...

nada melhor que ainfancia em Barra de São João,Nada melhor que aquela beira rio maravilhosa onde Casimiro Vivia!!! É com muito orgulho que digo que EU NASCI EM CASIMIRO DE ABREU!!!! roselimelloguimares@hotmail.com


bjocas

Rose's disse...

http://pt.trekearth.com/gallery/South_America/Brazil/Southeast/Rio_de_Janeiro/Barra_de_Sao_Joao/photo280841.htm

http://pt.trekearth.com/gallery/South_America/Brazil/Southeast/Rio_de_Janeiro/Barra_de_Sao_Joao/photo573378.htm

esse e o lugar onde casimiro passou a infancia


e essa e a casa dele

http://www.flickr.com/photos/8905422@N03/3330800900/